Por aí: Pok pok

Ai meu deus, como começar… Sabe tudo que você conhece de comida thai? Agora imagina chegar num restaurante thai e não encontrar nada disso no cardápio. Você vira pro garçom, pede socorro, ele vai conversando com você, sacando o tipo de coisa que te interessa, te dá um monte de dicas, chega um monte de coisa inesperada e você delira. É isso que rola no Pok Pok NY e este é mais um post “Por aí” – dicas sinceras de lugares que nos emocionaram, por aí.

Temos a sorte grande de termos família em Nova Iorque. Temos mais sorte ainda de que a família linda é pra lá de antenada e, sabendo muito bem da nossa paixão por comida, sempre tem uma listinha de lugares maneiros prontinha para nos encantar. Quando fomos no início do ano não foi diferente e a lista foi incrível, mas o que realmente nos deixou enlouquecidos foi o Pok Pok. Deliramos tanto que o livro de receitas já está na nossa prateleira e já testamos vários pratos. Em breve a gente compartilha algumas das receitinhas por aqui.

O lance do Pok Pok é o seguinte – o chef, o Andy Ricker, já começa dizendo que não inventa nada, ele só reproduz da forma mais fiel possível as maravilhas que experimenta anualmente nas suas viagens para o norte da Tailândia. Ele foi pela primeira vez ainda moleque, se encantou, voltou uns anos depois, conheceu o norte e desde então passa meses lá quase todos os anos aprendendo todas as manhas e nuances de uma culinária riquíssima que vai muito além dos conhecidos pad thai e salada de papaia verde (que até já fizemos e postamos aqui). Só uns 8 anos depois dessas várias idas e vindas é que ele resolveu abrir o Pok Pok, inicialmente em Portland, Oregon, primeiro só pra viagem, depois com umas poucas mesas, até virar um grande sucesso e abrir filial em Nova Iorque.

 
E vou dizer, as comidas que provamos por lá foram diferentes de qualquer outra coisa que já experimentamos. Pra lá de caprichado na pimenta, eu, que decididamente não sou das mais fortes pra pimenta, não conseguia parar de encher meu prato. O esquema é pedir vários pratinhos pra dividir. Estávamos em 4 então pedimos uns 6-7, todos incríveis, mas os hits foram as asinhas apimentadas (uma das poucas coisas do menu que não é thai e sim vietnamita), Laap Pet Isaan, que era de carne de pato e seu fígado moídos com zilhões de temperos que causavam uma explosão de sensações na boca (meu favorito e o mais apimentado da refeição!) e Sunny’s Yam Wun Sen, com porco e macarrão de arroz. Os temperos são alucinantes, os drinks deliciosos e até a água tinha uma graça – era temperada com uma erva que ajudava a diminuir a ardência das pimentas. Outra coisa divertida era que os pratos mais apimentados vinham acompanhados de umas folhas interessantes e ervas servidas em cima de um monte de gelo picado. Inicialmente não entendemos, mas depois vimos o tanto que era genial! A ideia é comer as folhinhas geladas para ajudar também com a pimenta.

 
Uma coisa bacana sobre o restaurante é que fica aberto o dia inteiro, desde o café da manhã até o jantar. É impressionante como em Nova Iorque tudo quanto é restaurante tem fila nos horários de pico, mas com essa possibilidade de ir a qualquer horário você resolve esse problema – até porque o restaurante só aceita reserva nos fins de semana e só para grupos grandes. Nós almoçamos/jantamos umas 4 da tarde de um domingo e foi perfeito. Nada de fila de espera, mas ainda assim bastante movimento, e sem pressa para aproveitar as comidinhas maneiras num ambiente super relax, sem frescura. Ainda aproveitamos o dia lindo para um belo rolé pela região de Brooklyn onde ele fica – de frente pro rio e afastado das áreas mais batidas tomadas pela nação hipster ;).

Agora nos resta tentar reproduzir algumas das receitas com o nosso lindo livro. O único grande porém é achar todos os ingredientes – infelizmente aqui em Brasília não consigo achar todos e tudo que fiz até agora do livro foi cheio de adaptações e omissões. Alguém tem uma boa dica de sites que vendam produtos especializados orientais? Estou precisando urgentemente :)

beijos e tomara que vocês curtam tanto quanto a gente!

Mariana

Nem o Bob quer desgrudar do livro… ;)