Meio doce, meio azedo, salgadinho e levemente picante com o gengibre, porco macio perfeito, e aquela mordida que pega a boca toda e faz você dar aquela reviradinha de olhos no final… nó… que delícia.
Antes de falar da receita em si, vou falar do livro de onde veio a receita.
Cooking at home do David Chang e da Priya Krishna. O livro é este AQUI e ainda não tem a versão em português, mas aposto que não vai demorar pra rolar. O livro foi escrito já durante a pandemia e é recheado de receitas que não são ultra explicadinhas. São vários “faz assim” como eu frequentemente curto fazer também (tipo neste ramen improvisado AQUI ou neste curry de lentilhas e cogus AQUI) com manhas manhosas pra facilitar a vida e formas de fazer comidas verdadeiramente deliciosas sem muito estresse no dia a dia em casa.
Não preciso nem dizer que eu AMEI o livro. Já era fã das receitas elaboradas do David Chang, várias que já reproduzi aqui e já fizemos em eventos por aí como o momofuku ramen AQUI e os famosos pork buns AQUI. Receitas lindas a valer. Amo de paixão e de fato faço com frequência, mas tenho plena noção que não é de boa fazer com frequência. São receitas trabalhosas, cheias de passos, verdadeiros projetinhos. Eu adoro um projetinho, claramente, mas até eu tive o famoso burnout da cozinha no auge da pandemia e já estava pra lá de cansada da minha própria comida. E por mais que ame um projetinho, também amo bem muito quando rola uma receita incrível que foi bem facinha de fazer.
É o caso desta e de praticamente o livro inteiro. Ela não é rápida – o porco demora um tiquinho pra ficar no ponto perfeito, mas é simples de fazer e com sabores intensos, daqueles que te tiram do marasmo do dia a dia. Tenho o livro há poucos meses e já fiz um monte de receita dele e em todas na hora de dar a primeira garfada rolou aquele momento eita! que sabores maneiros.
Então é isso. Mega propaganda do livro porque recomendo a valer. Tem AQUI.
(para mais dicas de livros de receitas dá um confere neste post AQUI.)
Ah sim! E muito importante – as receitas são ótimas, mas sobretudo, o texto é excelente. Feito em formato de diálogo entre os dois autores, o David Chang vai dando as receitas e a Priya vai testando, ajustando e comentando. Uma delícia de se cozinhar e de se ler.
Sobre a receita em si
Os capítulos das carnes (praticamente todas de longo cozimento – ou seja, nada de filés e afins) são todos baseados no princípio de que se você vai cozinhar uma carne como uma paleta ou sobrepaleta (copalombo) suína vale a pena otimizar o esforço e fazer mais do que você precisa e usar de várias formas o mesmo preparo de base. Adoro fazer isso e inclusive uso um preparo de base de paleta suína justamente do David Chang (este AQUI) para fazer outras receitas como este pãozinho recheado AQUI e estas enchiladas improvisadas AQUI e vários outros preparos rapidinhos de dia de semana.
Na caixinha de receitas abaixo vou dar a receita como se você fosse fazer somente esta receita e ponto final, mas fica a dica – faz mais do porquinho e já guarda pra outro dia ou congela. É uma alegria danada quando seu eu futuro lembra que tem um porquinho perfeito no congelador só esperando ser finalizado.
O porco demora pra cozinhar, mas é zero esforço. Precisa só estar em casa pra ficar de olho. Depois é só tascar os cubinhos de porco com um monte de gengibre, shoyu, mascavo e vinagre de arroz e deixar isso cozinhar um tempo até reduzir e ficar lambrequento maravilhoso. É facílimo e putz… sério. Faz.
porco com gengibre, shoyu e outras delícias mais
Ingredients
- 1 peça de sobrepaleta (copalombo) suína de 1,5-2kgs ou paleta, ou barriga
- 1/4 de xícara de açúcar mascavo
- 1/4 de xícara de shoyu
- 1/4 de xícara de vinagre de arroz
- 2 pedaços do tamanho de um dedo de gengibre fatiado finamente
- sal a gosto
- cebolinha fatiada para finalizar
- arroz japonês e picles para acompanhar
Instructions
- Pré-aqueça o forno a 180oC. Tempere a sobrepaleta com sal e coloque numa panela com tampa que possa ir ao forno ou numa assadeira justinha tampada com papel alumínio.
- Asse por umas 3 horas ou até a sobrepaleta estar macia, mas não desmanchando. O ponto ideal é que seja possível cortar em fatias sem desmontar tudo. A gordura do porco vai derreter devagarinho e deve criar um líquido de cozimento, mas dá uma olhada de tempos em tempos – se necessário, coloque um tico de água.
- Otimize seu tempo – fazer 2 sobrepaletas dá o mesmo trabalho de 1 e depois de pronta você pode congelar porcionadinho para quantidades de uma refeição e só finalizar. Seu eu futuro vai te agradecer.
- A carne está no ponto? Remova a carne da panela e corte em pedaços. Reserve.
- Se você tiver usado uma assadeira para assar a sobrepaleta transfira o líquido que sobrou para uma panela grande. Se tiver assado numa panela, mantenha o líquido nela e vamos continuar nela mesmo.
- Numa tigela junte o mascavo, shoyu, vinagre de arroz, o gengibre fatiado e mais 1 xícara de água. Misture bem e prove. Deve estar uma delícia. Se estiver forte demais, dilua com um pouco mais de água. Se estiver suave acrescente mais um pouco de tudo. Você deve ter líquido o suficiente para cobrir a carne. Devolva a carne para a panela, acrescente a mistura.
- Cozinhe em fogo médio mexendo de vez em quando por uns 30-40 minutos, ou até o líquido reduzir bastante e dar aquela engrossada lambrequenta caramelizada maravilhosa.
- Sirva com arroz japonês, uma salpicada de cebolinha e uns picles maneiros. Devore.
coma com música
Para acompanhar no som a dica de hoje é especial. Acabou de chegar nas plataformas digitais o disco da Remobília – Ponto final.
Aquele contexto básico: Remobília é uma das bandas do Esdras Nogueira, maridón desta que vos escreve e co-criador deste cantinho Coma Lá em Casa. A banda é formada por ex-integrantes do Móveis Coloniais de Acaju, a banda na qual o Esdras tocou toda uma vida e com quem circulou um monte por aí. Nunca ouviu? Dá um confere AQUI e veja um Esdras de outros tempos nestes vídeos maneiros AQUI.
A banda acabou em 2016 e desde então muitos, o Esdras inclusive, seguiram com seus vários trabalhos paralelos (escute os discos solo do Esdras AQUI, do Beto Mejía AQUI, do Sr. Gonzales e a Serenata Orquestra AQUI) e quando foram pensar numa forma de juntar todos esses trabalhos lá em 2020, logo antes da pandemia chegar, acabou surgindo uma banda nova.
Na Remobília estão, além do Esdras, Beto Mejía, André Gonzales, Fernando Jatobá e Gustavo Dreher. Neste minidoc AQUI feito nos poucos dias de estúdio antes de começar o isolamento tem toda essa historinha.
Em 2021 saiu este EP lindão AQUI e agora, em 2022 chegou a hora do álbum completo e FINALMENTE os shows. Que alegria esse momento de retorno dos shows. Segue a Remobília no instagram para saber a agenda de shows e dá um play nessa lindeza de disco.
beijos,
mariana
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