Tofu, aquele ingrediente mega usado no mundo oriental, assimilado pelo mundo veg e que um bando de gente acha estranho e sem graça. E concordo. Pode ser sem graça mesmo dependendo de como for preparado. Mas é só dar aquele amorzinho e carinho pra ele, dedicar um tempinho, que a magia acontece.
Primeiro ponto: tofu não é sempre igual. Existem uns com a massa bem lisinha e delicada, uma textura quase de flan, e outros mais parrudos. Hoje em dia você acha em bons supermercados pelo menos uma das opções, mas a gente sempre prefere comprar em lojas de produtos orientais que têm tofus mais artesanais. Pessoalmente, sou bem mais fã dos parrudos que não se desmancham tão facilmente e ficam ótimos com verdurinhas e um arroz japa ou um macarrão daquelas bandas do mundo.
E daí vem aquele momento de dar um pouquinho de amor e carinho pra ele ficar espetacular. Como adoro dar uma selada nele na frigideira ou no wok pra dar uma crostinha o primeiro passo é deixar escorrendo umas horinhas pra sair o excesso de água dele e ele ficar ainda mais parrudo. Corto em “filés” ou cubos e coloco em cima de algumas camadas de papel toalha com mais outra por cima pra ficar o mais sequinho possível. Se você lembrar dá pra fazer isso com algumas horas de antecedência, mas eu raramente lembro e normalmente faço esse processo por 1 ou 2 horinhas só. Já faz uma super diferença. Pode deixar na geladeira enquanto estiver escorrendo, especialmente se estiver muito calor e forem muitas horinhas de escorrer.
E depois vem a hora de saborizar. E é isso que faz seu tofu passar de algo neutrinho para algo tchararã. Nem sempre faço igual, mas nesse dia da foto foi assim: um punhadinho de cebolinha bem picada, um pedaço de gengibre (tipo do tamanho do seu dedão) ralado, um ou dois dentes de alho ralados, um alô de shoyu. Às vezes coloco um toque de vinagre de arroz ou mirim (sakê de cozinha) também, mas sinceramente, dá pra fazer mil e uma variações. O importante é que rolou uma secadinha do excesso de água do tofu primeiro e uma saborizada com coisas gostosas depois. Uma horinha na marinada já tá valendo.
Daí é frigideira bem quente untada com um pouco de óleo até fazer crostinha em todos os lados e pronto. Só alegria. E nada sem graça.
Para acompanhar no som, Neolithic Man, do disco novo do Esdras, Transe | Esdras Nogueira e Grupo Tocam Transa e o clipe que saiu há pouco com imagens da primavera feminista, aquela grande marcha do Ele Não comandada por mulheres e que foi um momento de respiro e esperança antes do horror que infelizmente veio de qualquer forma.
beijos,
Mariana
Deixe um comentário