Esse ano, logo após o Carnaval tirei uns dias para passar na Barriguda, fazenda da família no interior do Piauí para trabalhar em novas músicas e pensar num disco novo. Sem internet, quase sempre sem telefone, sem barulho e comendo muito bem.
Em dezembro de 2014 lancei meu primeiro trabalho solo como saxofonista, o Capivara, disco em homenagem ao grande mestre Hermeto Pascoal, o disco rodou bem e passado pouco mais de um ano chegou a hora de pensar algo novo, decidi por um trabalho com algumas releituras mas basicamente feito com composições próprias. Compor sozinho é algo que ainda não tinha feito, sempre fiz isso no Móveis com outras nove pessoas, muitas opiniões, muito teste e um resultado coletivo. Muito diferente de se isolar por uns dias, trabalhando sozinho, sem internet, sem telefone, até um pouco tedioso não? De forma alguma. A vida na fazenda pode ser bem agitada..
Juro que ao chegar lá tentei acompanhar o ritmo do lugar, mas acordava 07:00 e parecia que era meio dia, todo mundo já tinha levantado, as crianças ido para a escola, o vaqueiro já tinha tirado o leite, já fizeram o queijo, o boi já estava na roça, o trator na plantação, e eu acordando.
E a rotina foi essa por quase dez dias. Acordava depois de todo mundo e tomava esse café da manhã: beijú, ovo e queijo fresco. Tocava até meio dia e era a vez do almoço.
Estamos na época de chuva, tudo verdinho e é lindo sair pela roça e encontrar maxixe, abóbora, melancia, laranja, milho, laranja, limão, coisas simples que trazem muita felicidade.
Fiz esse picles de maxixe para acompanhar essa costela assada por três horas e o milho e ficou uma delícia. É muito fácil de fazer.
Receita picles de maxixe:
- 1 kg de maxixe
- 1 xic de água
- 1/2 xíc de vinagre de arroz
- 3 colheres de chá de açucar
- 1 colher de chá de sal
- corte o maxixe em rodelas finas e salgue por meia hora
- em uma panela coloque o vinagre, a água, as 3 colheres de açúcar e a colher de sal, misture e coloque para ferver
- retire o sal do maxixe com água e misture com o líquido até esfriar e está pronto.
E foi assim a rotina durante os dez dias: acorda, toma café, vai no mato, vê os bois, pega uma verdura, fruta no pé, toca sax, almoço, toca sax, cochila, cafezinho, janta, conversa (incrível como as conversas rendem quando não tem outra coisa pra fazer), toca mais um pouco dorme.
As músicas saíram, o disco ganhou uma cara e agora vai para o estúdio com banda. Deu saudade do instagram, facebook nem tanto, muita saudade da Mariana e prometi pra mim mesmo que essa ida à fazenda vai ser mais frequente, essa rotina e esse convívio foram muito importantes para eu re-entender que está tudo muito ligado, cuidar do mato é cuidar da gente, ninguém precisa de muito e tem que ser divertido.
No som, antes de fechar o post, esse disco do Gil, Quanta gente veio ver ao vivo, trilha da viagem e que já começa com um solo incrível do Arthur Maia, grande baixista. Sou fã dos dois e esse aqui tocou no repeat, viajei com meu pai e o Gil é um elo musical que ultrapasssa gerações, e numa viagem de carro é importante que todo mundo curta o som pois não tem pra onde correr, e fomos e voltamos assim.
https://www.youtube.com/watch?v=mzmKutxdGhc
Beijão
Esdras
Blogueira Alice
Boa noite
Curti muito esse conteúdo.
Abraços!
Alice Nunes Portal Shame Intelimax