naan

Um pão que é macio, mas com queimadinhos no ponto perfeito. Amanteigado na medida certa. Perfeitamente disforme, de forma a não demandar perfeccionismo ou destreza demais. Uma misturinha simples, uma amassadinha de nada e deixa crescer. Assa na frigideira, pa pum tá pronto. Fica maravilhoso quentinho, mas também fica ótimo em temperatura ambiente. Naan é puro amor.

O pãozinho é um clássico da culinária indiana e de outros países daquelas bandas do mundo e tem mil e uma variações, como é de se esperar de qualquer comida que venha de um país com aquela modesta população e riqueza cultural ;) Adoro fazer porque vai bem tanto com comida indiana quanto com qualquer outra coisa meio caldarosa que esteja pedindo um pãozinho para dar aquela sugada no molho. E é bem rápido de fazer – só precisa de uma horinha para crescer e o tempo de assar na frigideira, com um mínimo de planejamento dá pra improvisar a qualquer momento desde que você tenha os poucos e simples ingredientes em casa.

A massa tem os componentes clássicos de qualquer pão – farinha, fermento biológico, sal – e uns poucos a mais – um toque de ghee (que pode ser trocado por manteiga sem problema), leite, iogurte (mas já testei usando só leite em dias que o iogurte de casa tinha acabado e deu super certo também), um alô de açúcar, e mais ghee para finalizar (ou simplesmente manteiga derretida). São todos ingredientes que quase sempre temos em casa e por isso fica fácil improvisar uma leva de naan de última hora quando percebemos que vai ser perfeito para sei lá o que que estamos botando pra cozinhar para o almoço.

Primeiro uma ativada no fermento – a maioria das receitas de pão requer esse passo. Leite morno, um pacotinho de fermento, uma colherzinha de açúcar, mistura bem e larga lá por uns 10 minutos. Se seu fermento estiver feliz e ativo a mistura ficará cheia de bolhas, meio espumada, nesse período. Depois é só misturar todos os ingredientes, amassar por uns 5 minutinhos, coisa rápida, nem chega a cansar, hora de fazer uma micro meditação ativa, vai fundo, é bom. E daí só colocar a massa numa tigela untada com óleo e deixar descansar tampada por uma horinha ou até dobrar de tamanho. Vai fazer outra coisa. Vai passear com o cachorro. Vai preparar o resto do almoço. Coloca as pernas pra cima e assiste alguma besteira na tv.

O naan não é para perfeccionistas. Me divirto vendo as bolhas malucas irem se formando na hora de assar, os formatos irregulares que o pão vai tomando. Não perco muito tempo tentando abrir a massa redondinha nem em porcionar a massa muito perfeitamente. Corto a massa em 10 pedaços, às vezes 12, às vezes mais. O importante é tampar com um papel filme para a massa não ressecar enquanto você começa o processo de assar.

A gente curte usar nossa frigideira de ferro fundida que é mega coringa. Êta panela útil essa aí! A gente usa pra tudo! Como ela fica mega quente o pão assa super rápido e os queimadinhos ficam no ponto. Mas no começo do ano quando passamos uns dias na praia fizemos numa frigideira daquelas mais surradas impossível e ficou igualmente bom. Ou seja, vai dar certo. Só diria que o ideal é usar uma frigideira das maiores para poder espalhar a massa bem. Se você não tiver corte a massa em mais pedaços para cada pãozinho caber melhor.

Com a frigideira pelando é hora de começar a assar. Abra cada pedaço de massa numa superfície levemente enfarinhada. Fina demais ela quebra, mas também não tem problema nenhum se der uma rasgadinha. Eu sempre abro só o suficiente para conseguir manusear bem. Na hora de puxar pra levar pra frigideira ela sempre dá uma esticada extra. Uma pincelada de ghee ou manteiga derretida e leve o lado pincelado para baixo na frigideira. Aí começa a mágica. Bolhas vão se formar, o formato vai se ajustar, e quando a massa estiver começando a ficar com cara de cozida e o lado de baixo estiver começando a dar umas queimadinhas é só pincelar o lado de cima com a manteiga e virar. Mais um tico e tá pronto. Coisa de poucos minutos para os dois lados. Vapt vupt. Eu vou guardando numa trouxinha de papel alumínio até terminar todos os pedaços da massa. Se quiser esquentar um pouco mais é só levar para o forno pré-aquecido baixinho que tá massa.

naan + raita de rabanete + tikka massal de frango – em breve a gente posta essas outras receitas ;)

A gente serviu no Dia do Porco, a gente fez na praia pra comer com esta vinagrete de polvo aqui, dia desses fizemos para acompanhar o tikka massala de frango num almoço com vibe indiana da foto de cima, enfim, vire e mexe pinta por aqui e é sempre uma alegria.

um sanduba improvisado com as sobras do almoço

beijos,

Mariana